

Pela primeira vez um santista foi escolhido para participar do Projeto Expedicionários da Saúde, uma ONG que reúne médicos voluntários em expedições que levam medicina especializada, principalmente atendimento cirúrgico, à populações indígenas da Amazônia brasileira.
O oftalmologista Filipe Accioly de Gusmão, juntamente com outros 50 voluntários de diversas áreas da saúde, participou de um programa de atendimento a tribos indígenas, que leva medicina especializada, principalmente atendimento cirúrgico, a comunidades de difícil alcance no Brasil.
Durante oito dias, a equipe composta por profissionais voluntários vindos de várias regiões do país atendeu duas etnias indígenas: Satere Mawé e Hixkaryana.
Em pouco mais de uma semana foram feitas mais de 150 cirurgias de cataratas e pterígio, além de outras 134 cirurgias e mais de 1600 pacientes atendidos por especialidades como oftalmologistas, pediatria, ginecologistas, clínico geral, e dentistas.
Aventura em meio a mata:
A Expedição contou com equipes provenientes de vários locais do Brasil. Um avião cedido pela FAB, Força Aérea Brasileira, levou a tripulação médica até Parintins, de onde seguiriam viagem por mais quatro horas navegando os rios Amazonas e Andirá até chegar à Escola Indígena São Pedro, local do acampamento médico.
Segundo o oftalmologista Filipe Accioly,de Gusmão, o Exército participou com todos os preparativos. “Todo o nosso acampamento, as tendas de atendimento clínico e o centro cirúrgico foram montados com segurança e total assepsia”, ressalta o cirurgião.
Para que o trabalho pudesse ser feito atingindo o maior número de pacientes possível, em menor tempo, alguns médicos que já atendiam as tribos indígenas fizeram uma pré-triagem para que as cirurgias já começassem no primeiro dia de expedição.
“Nosso trabalho foi bem dinâmico. Enquanto uma equipe operava, outros iam até a tribo fazer uma espécie de triagem e prestar atendimento oftalmológico, bem como prescrever e fornecer óculos para os índios que necessitassem. Mais de 300 óculos foram doados”, conta Filipe Accioly.
Segundo o especialista, a receptividade dos indígenas foi impressionante. “Gratidão era a palavra que definia o olhar deles quando voltavam a enxergar. Isso é algo que acredito que ficará na minha memória para sempre. Essa foi uma das experiências mais emocionantes e prazerosas que vivi. Desbravando rios e matas, encontrei seres humanos incríveis, que precisavam da minha ajuda. O pouco que dei a eles, veio em dupla recompensa. A satisfação de ver o sorriso dos índios tratados é simplesmente inesquecível. Acho que posso dizer com alegria: Missão cumprida!”, finaliza o médico.