

Setor administrativo reduziu de 8000 para 300 o número de folhas utilizadas mensalmente. A ação gerou outras atitudes amigas da natureza.
O trabalho partiu do setor QSSMA (Qualidade, Segurança, Saúde e Meio Ambiente). Ao perceber que a pilha de folhas utilizadas indevidamente (e com verso em branco) crescia a cada dia, os colaboradores fizeram um levantamento por estimativa. Chegaram ao número de 8000 folhas desperdiçadas todos os meses – o equivalente a uma árvore cortada, segundo a Secretaria de Meio Ambiente do Ceará. “Contabilizamos tudo isso e percebemos que, ao final de todos os anos, tínhamos desmatado um bosque. Ficamos horrorizados com essa informação e resolvemos mudar essa realidade”, informa Lacinete Lima, analista de qualidade.
Ela e todo o setor onde trabalha resolveram mudar a consciência dos colaboradores de um dos maiores setores do prédio administrativo: o andar que reúne Direx, Suprimentos, QSSMA e Segurança do Trabalho. E começaram uma campanha interna.
“No primeiro dia o resultado foi mínimo, quase nenhuma mudança. Já no terceiro dia de trabalho, nenhuma folha foi impressa de maneira inadequada!! No dia seguinte, apenas 4. Colocamos uma árvore feliz ao lado da impressora para agradecer os colaboradores.”, conta Andrew Cicero Gonzalez Oliveira, técnico de segurança. Em números reais, antes dessa ação eram utilizadas cerca de 8000 folhas mensalmente. Hoje, são no máximo 300. Isso significa uma redução de 96,5% no consumo.
Desde então, ao lado das impressoras, fica uma árvore mostrando qual é o seu sentimento aquele dia. “Se usam pouco a impressora, deixamos uma árvore sorrindo. Se o desperdício aumenta, trocamos por uma árvore pesarosa. Manteremos esses comunicados com o “sentimento da árvore” para que todos lembrem de fazer sua parte sempre”, explica Lacinete.
O primeiro passo foi a redução do desperdício. E a segunda fase foi a redução da geração. “Não queríamos uma falsa sensação de redução, que nossos colegas deixassem as folhas soltas pra gente contar, que eles escondessem dentro da gaveta, ou jogassem no lixo comum. Queríamos resultados, que todos deixassem de imprimir folhas desnecessárias”, afirma Andrew.
Nesse andar, haviam 48 lixeiras disponíveis. Hoje, são apenas duas. “Após conscientizar da importância de reduzir o número de folhas impressas, quisemos abordar a questão da reciclagem”, conta o técnico de segurança.
“Nas 46 lixeiras espalhadas pelo departamento, o lixo era depositado totalmente misturado, o lixo limpo era contaminado. Tudo acabava virando lixo comum. Folhas de papel sem uso do verso, copinho de café, chiclete, etc… estavam sempre na mesma lixeixa”, lembra Lacinete. “Antes não tinha reciclagem porque muitos tinham sua lixeira e não se davam o trabalho de levantar pra levar o lixo limpo para o latão reciclável correspondente. Resolvemos tirar todo mundo da zona de conforto. Foi um desafio. E surpreendeu: todos toparam na hora. Teve até gente que chorou de alegria com a atitude”.
Segundo os organizadores dessas ações, hoje todos levantam várias vezes pra levar o lixo para os latões identificados por cores, passaram a questionar o que é lixo contaminado, onde cada produto deve ser descartado… Se informam sobre a reciclagem. “As pessoas pensam várias vezes antes de produzir o lixo por causa do trabalho que dá levantar e levar até a lixeira correta. Os coletores existem na Bandeirantes há muito tempo, mas ele nunca foram tão utilizados quanto agora”, garante Lacinete.
Tivemos também engajamento da diretoria. Eles quiseram aderir ao movimento. “Nós também precisamos dar o exemplo. Não adianta todos os colaboradores agirem de forma ecologicamente correta e os diretores continuarem com os antigos hábitos. Mantemos a lixeira na nossa sala apenas para receber clientes, para que os nossos convidados possam descartar algum lixo. Nem copo de café descartável nós sujamos, utilizamos apenas xícaras. Para a água, copos de vidro. E fazemos questão de levantar para jogar nosso lixo na coleta seletiva da maneira correta, assim como os nossos colaboradores fazem”, finaliza o diretor comercial Marcel Vilchez.