

Veterinário comemora a recuperação de dezenas de animais de pequeno porte em toda a Baixada Santista. Há poucos especialistas do ramo na região.
Ela é uma Fênix”, brinca a proprietária após a recuperação da cadela. O diagnóstico era de câncer em estágio avançado na região da cavidade nasal. Tratamento pouco divulgado na Baixada Santista trouxe alívio para a pequena Meg, que hoje respira normalmente.
Com o avanço no manejo nutricional, exposição vacinal e proprietários cada vez mais conscientes, a expectativa de vida dos animais de companhia aumentou, e da mesma maneira, a incidência de câncer também. Na Baixada Santista, apenas dois médicos veterinários se especializaram para tratar essa doença nos pets. Um deles é o Dr. Bruno Roque Lima que, entre dezenas de outros casos, está finalizando o tratamento da Lhasa-Apso Meg, de 9 anos. A proprietária Elma Maria Lima do Prado garante que todos da família estão contentes com o resultado.
“Ela é uma Fênix, já ressurgiu das cinzas duas vezes”, explica dona Elma. “Durante muito tempo os veterinários investigaram o que a cadelinha tinha, até que veio o diagnóstico: câncer nos ossos da cavidade nasal. Um tumor maligno desesperou a todos, afinal de contas, ela é um membro da família”.
“O câncer na sua fase inicial na maioria das vezes não apresenta comportamento de invasão tecidual e de causar metástases à distância. Nessa fase os tumores podem ficar por longos períodos em estado quiescente, onde não é evidenciada nenhuma alteração clínica do paciente. Já nas fases mais avançadas da doença, podemos observar manifestações clínicas mais evidentes como emagrecimento progressivo, dor, anorexia, dificuldade respiratória, apatia entre outras”, explica o Dr. Bruno.
“O tumor foi retirado, fizemos sessões de quimioterapia e ela ficou boa. Tempos depois, um novo tumor surgiu em um lugar próximo. Repetimos o tratamento. Assim como acontece com os seres humanos, a cadelinha sofreu as consequências do tratamento. Emagreceu, perdeu os pêlos… mas ficou ótima.”, explica a dona Elma.
Ainda segundo o Dr. Bruno, a cirurgia atualmente é a terapia de escolha no tratamento do câncer em pequenos animais. Nos pacientes que apresentam tumores na sua fase inicial, este tratamento apresenta a possibilidade de cura quando se respeita os princípios de cirurgia oncológica. Em casos mais avançados, onde não há a como remover todo o tumor, a cirurgia apresenta caráter de diagnóstico, através da análise de um fragmento tumoral. A partir do diagnóstico preciso, se inicia a quimioterapia, que consiste em um grupo de medicamentos capazes de interferir na multiplicação celular, e desta forma, regredir o tumor.
A Dona Elma acredita que o mascote da família não estaria mais vivo se não passasse pelo tratamento. “Certamente Meg teria morrido se Dr. Bruno não a tratasse. Demos ainda mais amor durante a recuperação, mas tudo valeu a pena!! Após ter ficado com pelos ralinhos, nossa Lhasa mudou de visual. De branca agora virou ruiva!! Ficou uma graça!!”, brinca a proprietária do animal.
“É preciso encarar com bom humor todas as adversidades. Se hoje ela está viva foi graças ao tratamento de oncologia. E nós faremos o que for necessário para que Meg fique na família por muitos anos”, desabafa.
Sobre o médico veterinário Bruno Roque Lima
Bruno Roque Lima tem 30 anos, se formou médico veterinário pela Universidade de Marília em 2007, concluiu o mestrado em Cirurgia Veterinária pela UNESP de Jaboticabal e atualmente é doutorando do Hospital AC Camargo Cancer Center, em SP onde desenvolve pesquisa de novos agentes no combate ao câncer. Durante dois anos foi responsável pelo Serviço de Oncologia Veterinária e cirurgião no Centro Médico Veterinário da Unimonte (Santos/SP), onde também foi docente das disciplinas “Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais” e “Técnica Cirúrgica de Pequenos Animais”.